segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Reflexões sobre o 2ºCapítulo

Ao ler este segundo capítulo do livro achei interessante o exemplo que Papert dá de uma rapariga, a Jenny, que não conseguia perceber qual a utilidade da gramática e que por isso "(...) aprendeu a considerar o estudo da gramática como irritação e, de modo análogo a muitos nós, a irritação provocou a falta de sucesso." Mas através do computador ela «compreendeu a gramática», uma vez que começou a classificar as palavras, não porque lhe dissessem, mas porque sentiu necessidade de tal. Passou, então a "(...)ensinar o computador a fazer listas de palavras que se assemelhassem à sua língua, teve de o ensinar a escolher palavras de tipo apropriado".
O que aconteceu com esta criança penso que não é nada fora do normal, pois muitas crianças têm dificuldades em determinadas matérias ou até mesmo disciplinas, a maioria das vezes por não conseguirem perceber a sua importância e para que servem. E o computador desempenha aqui, na aprendizagem um papel fulcral, pois faz com que, de uma forma diferente e divertida, as crianças aprendam e desenvolvam interesse, até mesmo por aquilo que não gostam. Por isso é pena que não se aproveite o computador, como motor de desenvolvimento na aprendizagem das crianças.
....A propósito de Ciberutópicos e Cibercríticos....
Os Ciberutópicos, que dizem que a revolução oferece oportunidades únicas, e os Cibercríticos que salientam os terríveis perigos da era digital.
Este capítulo inicia-se com estes dois lados diferentes e opostos de encarar a era digital: para uns a tecnologia traz muitas vantagens, para outros traz desvantagens. Como Papert afirma "(...) muitos estão pior com a utilização da tecnologia do que sem ela.". Se por um lado é verdade que os computadores podem ter um papel fulcral na aprendizagem das crianças, também é verdade que muitos jogos podem prejudicar o seu desenvolvimento quando, por exemplo, as crianças não conseguem distinguir o que é real e o que é virtual.
Dando um exemplo desse tipo de situação pode ser o caso recente de um espanhol de 16 anos, José Rabadán, que assassinou com uma espada de samurai o pai, a mãe e a irmã. A explicação parece estar na tentativa de imitação da sua personagem favorita, o justiceiro de "Final Fantasy VIII", que liquida todos os inimigos com a sua longa espada de samurai.". Por isso Papert deixa a seguinte mensagem "(...) depende de si, mais do que aquilo que poderá pensar, o delinear do seu futuro e dos seus filhos, no que diz respeito ao computador."
Relativamente a este assunto não consigo aderir a nenhuma das posições, porque acredito, sempre, na existência de um equílbrio... que não se alcança com a adesão inquestionável do que se nos é apresentado pelo mundo das tecnologias, mas pelo seu constante questionamento.Este mundo computacional está a entrar fortemente na vida de qualquer indíviduo, e não podemos permanecer passivos face a este "bombardeamento" de tecnologia em "estado bruto"!
Na minha perspectiva, considero que devemos procurar uma posição de equilibrío, de forma a preparar estratégias e ferramentas individuais, sociais e educacionais para "nos" prepararmos de forma consistente e consciente face a esta revolução digital.
Nesta procura do equilíbrio, que se inícia por nós, há-que estruturar uma posição de acompanhamento das evoluções das tecnologias e, por outro lado, de defesa das adversidades que se colocam perante o nosso desenvolvimento e nas nossas aprendizagens.
O uso dos computadores no futuro, é para mim uma questão que nem se põe.
A Tecnologia vai evoluir cada vez mais no sentido de ser utilizada com motor de progresso mas concordo também com a posição de papert pois acho que a tecnologia não é negativa mas também não vem salval o mundo.
A Tecnologia pode dar a ensino uma mecanização que este talvez não necessito em excesso.
A Escola deve fomentar a aprendizagem de matérias e de valores pessoais e por vezes os computadores dão informações distorcidas da realidade, no sentido em que cada um integra o que lê e pesquisa da sua maneira pois não há ninguém a instruir-nos directamente, somos nós que criamos as nossas próprias aprendizagens.
Papert neste capítulo também dá importância aos conceitos de literacia e fluência: O primeiro é explicado como sendo uma forma de adquirir conhecimentos numa determinada área, mas não significa que se fique totalmente experiente nessa área. A fluência diz respeito precisamente à experiência adquirida e acumulada na prática para praticar a literacia adquirida.
Para as crianças esta fluência de mexer com tecnologia parece que já nasce adquirida, pois apesar de não terem conhecimentos teóricos já nasceram com ela, na sua era, tudo à sua volta depende do que com ela conseguirem fazer.
Papert dá-nos estas ferramentas para reflectir sobre estes temas tão importantes, pois as tecnologias são mesmo o nosso futuro.
Se será bom um futuro bom para a Educação não sei...

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