domingo, 30 de dezembro de 2007

A Família em Rede - Conclusão

Ao terminar a minha leitura do livro "A família em rede" de Seymour Papert, penso em como no início tinha uma ideia do que iria ser este livro, logo ao ler as primeiras páginas e de como essa ideia se confirmou.
Na minha opinião este livro foi surpreendente pois manteve para mim sempre o mesmo interesse de leitura e nunca se tornou aborrecido.
A maneira como o autor colocava diversas dúvidas a ele próprio e depois as respondia tornou-se muita divertida, e relacionando diversos conceitos como aprendizagem, família e novas tecnologias.
O livro aborda diversos temas que bastante actuais e do quotidiano da nossa sociedade, em várias famílias, que utilizam os computadores de diversas formas encarando-os de um modo diferenciado. Também neste livro é dada importância a aprendizagem em família e à sua estruturação de cultura de aprendizagem, pois o meio condiciona a aprendizagem de cada indivíduo e também a forma de utilização do computador.
Assim este livro movimenta-se à volta do conceito de partilha de aprendizagens familiares e de construções de conhecimentos colectivos.

Termino então a minha reflexão sobre este livro dizendo que foi um prazer para mim lê-lo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Reflexões sobre o 8º Capítulo


Os brinquedos tradicionais e os brinquedos feitos de bits


Neste capítulo Papert salienta, algo que, pessoalmente, acho extremamente importante relativamente ao avanço progressivo da tecnologia no mundo das crianças, pois "(...) enquanto o computador vai invadindo o universo infantil, a nossa preocupação deve dirigir-se no sentido de assegurar que, aquilo que há de bom na actividade de brincar, seja, pelo menos, preservado (e desejavelmente potenciado), à medida que o conceito de «brinquedo» inevitavelmente se altera".


De facto, o computador traz maravilhas e níveis de fantasia impressionantes para o mundo das crianças, mas não nos podemos esquecer, com este avanço todo da tecnologia, dos brinquedos tradicionais e de preservar sempre a actividade de brincar. Além dos brinquedos tradicionais as crianças têm agora acesso, também, aos brinquedos digitais, brinquedos no computador formados por bits.


Papert, como exemplo desses brinquedos, refere o software My Make Believe Castle, mas apesar da fantasia que esses bonecos de bits trazem e do facto de poderem andar, falar, e fazer inúmeras coisas, os bonecos tradicionais têm a grande vantagem de poderem ser tocados, agarrados e pegados ao colo. Algo que os bonecos formados por bits não conseguem. Apesar de proporcionarem uma enorme fantasia e de despertarem um grande entusiasmo nas crianças, penso que não há nada como os bonecos «reais» feitos de átomos, estes proporcionam à criança uma maior aproximação e imaginação, pois possibilitam a esta a criação das suas próprias histórias e personagens, incluindo a escolha das personalidades dos seus bonecos. Estes brinquedos tradicionais dão, ainda, à criança a possibilidade de misturar as suas histórias e de transportar as suas personagens para os diferentes mundos que esta cria. Este contacto mais directo entre a criança e o boneco é muito melhor que o contacto via computador que a criança faz com o seu boneco formado por bits. E certamente é o mais preferido pelas crianças.


O surgimento de brinquedos electrónicos veio trazer alguma confusão nas cabeças dos pais e dos educadores. Muitas pais consideram que ter um brinquedo electrónico pode causar uma certa dependência por parte da criança, passando esta a ser controlada pela personagem, enquanto que com o brinquedo real, a criança pode criar uma personalidade própria para o seu brinquedo. Contudo, se por um lado a experiência física com os objectos pode levar a um bom desenvolvimento intelectual da criança, os brinquedos digitais poderão trazer à criança certas personagens que lhes poderão ajudar a desenvolver aprendizagens em variadíssimos campos. Segundo Papert, o melhor é o equilíbrio entre o que é real e o que é virtual, uma vez que o mundo em que vivemos é bastante real mas que se começa a transformar rapidamente num mundo onde o virtual já existe.


As matérias primas utilizada na elaboração e construção de brinquedos foram evoluindo. Nos anos 30 nascem os famosos Legos. Os Legos permitem que as crianças desenvolvam os seus próprios projectos de construção, e como já vimos, estas construções são muito importantes para um desenvolvimento rico das capacidades intelectuais da criança nomeadamente ao nível da criatividade, fluidez, abertura e criatividade.


Sabias que... As peças de plástico chamadas de legos foram criadas por um carpinteiro dinamarquês, chamado Christiansen, que começou por construir camiões de madeira de brinquedo até chegar às peças de plástico que hoje conhecemos.O nome Lego veio da expressão dinamarquesa " vamos brincar". Estas peças tem grande interesse porque possibilitam a criação de diferentes construções, devido ao facto das peças se encaixarem umas nas outras.

Papert destaca a simplicidade dos computadores numa vertente mais funcional,referindo que estes podem ser explorados por crianças de 4 anos,tendo em conta que as do ensino básico já o exploram.A meu ver acho que os computadores são um vector importante no desenvolvimento de uma criança,embora considere que 4 anos seja ainda muito cedo, já que a criança ainda não detêm um conjunto de competências para o poder fazer,embora também ache que ao nível dos trabalhos de educação visual possam ser um bom contributo para as crianças de hoje.

O autor termina o capítulo 8 com a sua "convicção mais controversa"...Quando falamos de competências básicas da escola, falamos em saber ler e escrever...sim! as competências básicas como ler e escrever são as componentes elementares da escola, e é através do número de alunos que sabem ler e escrever que a escola é avaliada. Na minha opinião, esta situação deveria ser remediada, visto que hoje em dia estão disponíveis outros meios de acesso ao conhecimento, e a escola não pode ser a única detentora dos "métodos pedagógico correctos", vamos deixar as novas TIC fazerem o seu melhor!!

Aula prática de 7 de Dezembro

Nesta aula começámos a concretização do nosso projecto na prática. Como não tínhamos comparecido na aula anterior reunimos em grupo e elaborámos o que nos faltava fazer de planificação do projecto, ou seja, o mapa conceptual no qual utilizamos o programa Cmaptools.
Enviámos então o mapa conceptual à Professora e começámos a dividir tarefas para agilizar o trabalho. Deparámo-nos logo com algumas dificuldades na construção do blog sobre os Wikis no Wordpress. Talvez por estarmos habituadas à facilidade com que trabalhamos com a plataforma do Blogger, foi complicado perceber como funcionava a interface do Wordpress. Chamamos por várias vezes a professora para ver se nos conseguia dar alguma ajuda na percepção das funcionalidades que poderíamos explorar.A professora dizia para não desmotivarmos e que no começo é normal parecer tudo muito complicado mas que iríamos perceber que tínhamos feito a escolha certa, pois o nosso trabalho estaria valorizado por isso.
Com tudo isto não adiantamos muito em termos de complementaridade de conteúdos mas a base já está começada. Também começamos a construir o Wiki sobre Papert e o fórum de discussão.




terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Reflexões sobre o 7º Capítulo


Neste capítulo, Papert assemelha a escola a um organismo vivo, que tenta combater ou controlar qualquer objecto estranho que tente passar para dentro das suas fronteiras. Ao tentar controlar o computador e a sua utilização vai esquecer o seu lado inovador e vai tranformá-lo num objecto presente nas suas práticas conservadores. Neste cenário o computador vai passar a ser como um dos muitos objectos que chamam a atenção quando vêm pela primeira vez para as aulas, mas que com o tempo vão começar perder o interesse. Tudo isto porque a escola não deixa o computador e as actividades que se podem fazer com ele, tornar-se o seu lado extra-curricular, mas sim prefere-o deixar encerrado numa sala e onde só ali poderá ter utilidade para aqueles que consigam mexer nele.

Papert destaca a importância do envolvimento dos pais aquando do acto de aprendizagem dos seus filhos tanto em casa como nas escola. Os jovens não devem só manusear computadores em casa ,devem procurar auxiliar os outros na escola através dos conecimentos adquiridos em casa de forma a que a maioria se sinta pelo menos motivada para descobrir os computadores,e não só assumindo um receio natural de o tentar explorar, por lhe ser algo desconhecido ou porque não têm possibilidade de lhes aceder.

É essencial que os pais estejam atentos à educação/aprendizagem que os filhos fazem nas escolas. Se não concordam com alguma coisa, ou acham que são capazes de contribuir com algo que consideram como essencial para a educação geral, devem intervir sem qualquer medo. Para além da educação que recebem em casa, os pais devem acompanhar a educação escolar dos filhos. Se os jovens passam a maior parte do seu tempo nas escolas, deverá existir um consenso entre as estratégias, conteúdos de aprendizagem, porque senão os jovens ficarão no meio de um conflito entre casa e escola.


Porque não querem alguns professores o computadores na sua aula?

Será por não saberem mexer nele ou só por terem medo que os alunos possam domina-lo melhor que eles próprios? Papert explica, mais uma vez, que os computadores não passam de ferramentas a serem utlizadas na sala de aula, como o quadro e o giz. É uma ferramente que pode ajudar a criar um novo "clima de aprendizagem", onde o professr não precisa de esconder a sua ignorância por detrás da carapaça da sabedoria mas pode ultrapassar as suas dificuldades em conjunto com os alunos. Tanto o professor como o aluno vão se sentir mais à vontade para aprender coisas novas, sem terem medo de serem descobertas as suas dificuldades. O computador deve deixar de ser considerado um invasor na relação pedagógica, passando a ser uma ferramenta que melhora a interacção entre professor e aluno.


O Poder das Crianças

Gostaria de dar ênfase à terceira força de mudança para a transformação da escola definida por Papert no capítulo 7: as crianças. De facto, quem mais que as crianças poderá exercer alguma mudança a nível das escolas?! Não serão as próprias escolas construídas e idealizadas a pensar nas crianças?! Talvez fosse proveitoso parar um pouco e ouvir o que as crianças têm para nos dizer, escutar as suas sugestões, as suas ideias, o que pensam que está mal, o que deveria mudar. Quem sabe se não será este o ponto de partida para a construção de uma escola verdadeiramente melhor.


"A versão desta história é a do movimento pendular, oscilando ente os cumes de um optimismo visionário quanto à possibilidade de mudanças e o abismo da resignação recidida às tarefas rotineiras" Papert



quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Reflexões sobre o 6º Capítulo

Este capítulo 6 aborda o tema da fluência tecnológica que engloba a aquisição de várias competências a nível tecnológico e também a forma como se utiliza na prática as tecnologias, porque existe uma distância entre o saber como se mexe num computador e experimenta-lo na prática, se bem que eu acho que só com a prática é que se aprende. Neste capítulo são referidas soluções para que toda a família possa desenvolver a sua fluência tecnológica.
Papert fala ainda de diferentes projectos a realizar em família para criar um contexto onde surjam ideias e aprendizagens.
Estes projectos devem facilitar a ultrapassagem de obstáculos, com o atingir de objectivos e recompensas dessa proeza, como por exemplo nos jogos de video, que a recompensa se torna num novo nível de desafio. Devem também tentar acompanhar a cultura das crianças e obedecer às suas necessidades.
Despertou-me ainda atenção a ideia de Papert de que "a Internet é uma óptima fonte de material para obter presentes para as pessoas de quem gostamos". De facto acho que nunca tinha pensado nisso, mas por vezes quando «navegamos» na Internet à procura de algo surge um grande número de informação e na maioria das vezes torna-se muito complicado conseguirmos encontrar aquilo que realmente queremos. No entanto, deparamo-nos com uma centena de informação, na qual encontramos coisas interessantes e com as quais relacionamos com alguém que conhecemos. Vemos certos sites sobre determinados temas e esse mesmo site faz-nos lembrar alguém ou porque essa pessoa gosta desse tema, porque se interessa por ele ou até porque defende ideias diferentes às contidas no site ... e raramente nos lembramos do quanto era engraçado, proveitoso e útil pegarmos nessa informação e podermos oferecê-la.
Papert apresentou uma ideia que me despertou a curiosidade. Vem no seguimento da história da Joan e da sua busca na Internet de sites relacionados com tartarugas no sentido de construir um presente de Natal para a sua avó. Refiro-me ao facto de Joan ter encontrado uma página com outras ligações (links) a páginas relacionadas com tartarugas e que podem ter grande interesse para os admiradores e interessados nesse animal. Talvez seja este tipo de acções que reflictam o verdadeiro espírito da Internet, como diz Papert, "o espírito comunitário".