terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Reflexões sobre o 7º Capítulo


Neste capítulo, Papert assemelha a escola a um organismo vivo, que tenta combater ou controlar qualquer objecto estranho que tente passar para dentro das suas fronteiras. Ao tentar controlar o computador e a sua utilização vai esquecer o seu lado inovador e vai tranformá-lo num objecto presente nas suas práticas conservadores. Neste cenário o computador vai passar a ser como um dos muitos objectos que chamam a atenção quando vêm pela primeira vez para as aulas, mas que com o tempo vão começar perder o interesse. Tudo isto porque a escola não deixa o computador e as actividades que se podem fazer com ele, tornar-se o seu lado extra-curricular, mas sim prefere-o deixar encerrado numa sala e onde só ali poderá ter utilidade para aqueles que consigam mexer nele.

Papert destaca a importância do envolvimento dos pais aquando do acto de aprendizagem dos seus filhos tanto em casa como nas escola. Os jovens não devem só manusear computadores em casa ,devem procurar auxiliar os outros na escola através dos conecimentos adquiridos em casa de forma a que a maioria se sinta pelo menos motivada para descobrir os computadores,e não só assumindo um receio natural de o tentar explorar, por lhe ser algo desconhecido ou porque não têm possibilidade de lhes aceder.

É essencial que os pais estejam atentos à educação/aprendizagem que os filhos fazem nas escolas. Se não concordam com alguma coisa, ou acham que são capazes de contribuir com algo que consideram como essencial para a educação geral, devem intervir sem qualquer medo. Para além da educação que recebem em casa, os pais devem acompanhar a educação escolar dos filhos. Se os jovens passam a maior parte do seu tempo nas escolas, deverá existir um consenso entre as estratégias, conteúdos de aprendizagem, porque senão os jovens ficarão no meio de um conflito entre casa e escola.


Porque não querem alguns professores o computadores na sua aula?

Será por não saberem mexer nele ou só por terem medo que os alunos possam domina-lo melhor que eles próprios? Papert explica, mais uma vez, que os computadores não passam de ferramentas a serem utlizadas na sala de aula, como o quadro e o giz. É uma ferramente que pode ajudar a criar um novo "clima de aprendizagem", onde o professr não precisa de esconder a sua ignorância por detrás da carapaça da sabedoria mas pode ultrapassar as suas dificuldades em conjunto com os alunos. Tanto o professor como o aluno vão se sentir mais à vontade para aprender coisas novas, sem terem medo de serem descobertas as suas dificuldades. O computador deve deixar de ser considerado um invasor na relação pedagógica, passando a ser uma ferramenta que melhora a interacção entre professor e aluno.


O Poder das Crianças

Gostaria de dar ênfase à terceira força de mudança para a transformação da escola definida por Papert no capítulo 7: as crianças. De facto, quem mais que as crianças poderá exercer alguma mudança a nível das escolas?! Não serão as próprias escolas construídas e idealizadas a pensar nas crianças?! Talvez fosse proveitoso parar um pouco e ouvir o que as crianças têm para nos dizer, escutar as suas sugestões, as suas ideias, o que pensam que está mal, o que deveria mudar. Quem sabe se não será este o ponto de partida para a construção de uma escola verdadeiramente melhor.


"A versão desta história é a do movimento pendular, oscilando ente os cumes de um optimismo visionário quanto à possibilidade de mudanças e o abismo da resignação recidida às tarefas rotineiras" Papert



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