Neste capítulo Papert salienta, algo que, pessoalmente, acho extremamente importante relativamente ao avanço progressivo da tecnologia no mundo das crianças, pois "(...) enquanto o computador vai invadindo o universo infantil, a nossa preocupação deve dirigir-se no sentido de assegurar que, aquilo que há de bom na actividade de brincar, seja, pelo menos, preservado (e desejavelmente potenciado), à medida que o conceito de «brinquedo» inevitavelmente se altera".
De facto, o computador traz maravilhas e níveis de fantasia impressionantes para o mundo das crianças, mas não nos podemos esquecer, com este avanço todo da tecnologia, dos brinquedos tradicionais e de preservar sempre a actividade de brincar. Além dos brinquedos tradicionais as crianças têm agora acesso, também, aos brinquedos digitais, brinquedos no computador formados por bits.
Papert, como exemplo desses brinquedos, refere o software My Make Believe Castle, mas apesar da fantasia que esses bonecos de bits trazem e do facto de poderem andar, falar, e fazer inúmeras coisas, os bonecos tradicionais têm a grande vantagem de poderem ser tocados, agarrados e pegados ao colo. Algo que os bonecos formados por bits não conseguem. Apesar de proporcionarem uma enorme fantasia e de despertarem um grande entusiasmo nas crianças, penso que não há nada como os bonecos «reais» feitos de átomos, estes proporcionam à criança uma maior aproximação e imaginação, pois possibilitam a esta a criação das suas próprias histórias e personagens, incluindo a escolha das personalidades dos seus bonecos. Estes brinquedos tradicionais dão, ainda, à criança a possibilidade de misturar as suas histórias e de transportar as suas personagens para os diferentes mundos que esta cria. Este contacto mais directo entre a criança e o boneco é muito melhor que o contacto via computador que a criança faz com o seu boneco formado por bits. E certamente é o mais preferido pelas crianças.
O surgimento de brinquedos electrónicos veio trazer alguma confusão nas cabeças dos pais e dos educadores. Muitas pais consideram que ter um brinquedo electrónico pode causar uma certa dependência por parte da criança, passando esta a ser controlada pela personagem, enquanto que com o brinquedo real, a criança pode criar uma personalidade própria para o seu brinquedo. Contudo, se por um lado a experiência física com os objectos pode levar a um bom desenvolvimento intelectual da criança, os brinquedos digitais poderão trazer à criança certas personagens que lhes poderão ajudar a desenvolver aprendizagens em variadíssimos campos. Segundo Papert, o melhor é o equilíbrio entre o que é real e o que é virtual, uma vez que o mundo em que vivemos é bastante real mas que se começa a transformar rapidamente num mundo onde o virtual já existe.
As matérias primas utilizada na elaboração e construção de brinquedos foram evoluindo. Nos anos 30 nascem os famosos Legos. Os Legos permitem que as crianças desenvolvam os seus próprios projectos de construção, e como já vimos, estas construções são muito importantes para um desenvolvimento rico das capacidades intelectuais da criança nomeadamente ao nível da criatividade, fluidez, abertura e criatividade.
O autor termina o capítulo 8 com a sua "convicção mais controversa"...Quando falamos de competências básicas da escola, falamos em saber ler e escrever...sim! as competências básicas como ler e escrever são as componentes elementares da escola, e é através do número de alunos que sabem ler e escrever que a escola é avaliada. Na minha opinião, esta situação deveria ser remediada, visto que hoje em dia estão disponíveis outros meios de acesso ao conhecimento, e a escola não pode ser a única detentora dos "métodos pedagógico correctos", vamos deixar as novas TIC fazerem o seu melhor!!
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