quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Reflexões sobre o 8º Capítulo


Os brinquedos tradicionais e os brinquedos feitos de bits


Neste capítulo Papert salienta, algo que, pessoalmente, acho extremamente importante relativamente ao avanço progressivo da tecnologia no mundo das crianças, pois "(...) enquanto o computador vai invadindo o universo infantil, a nossa preocupação deve dirigir-se no sentido de assegurar que, aquilo que há de bom na actividade de brincar, seja, pelo menos, preservado (e desejavelmente potenciado), à medida que o conceito de «brinquedo» inevitavelmente se altera".


De facto, o computador traz maravilhas e níveis de fantasia impressionantes para o mundo das crianças, mas não nos podemos esquecer, com este avanço todo da tecnologia, dos brinquedos tradicionais e de preservar sempre a actividade de brincar. Além dos brinquedos tradicionais as crianças têm agora acesso, também, aos brinquedos digitais, brinquedos no computador formados por bits.


Papert, como exemplo desses brinquedos, refere o software My Make Believe Castle, mas apesar da fantasia que esses bonecos de bits trazem e do facto de poderem andar, falar, e fazer inúmeras coisas, os bonecos tradicionais têm a grande vantagem de poderem ser tocados, agarrados e pegados ao colo. Algo que os bonecos formados por bits não conseguem. Apesar de proporcionarem uma enorme fantasia e de despertarem um grande entusiasmo nas crianças, penso que não há nada como os bonecos «reais» feitos de átomos, estes proporcionam à criança uma maior aproximação e imaginação, pois possibilitam a esta a criação das suas próprias histórias e personagens, incluindo a escolha das personalidades dos seus bonecos. Estes brinquedos tradicionais dão, ainda, à criança a possibilidade de misturar as suas histórias e de transportar as suas personagens para os diferentes mundos que esta cria. Este contacto mais directo entre a criança e o boneco é muito melhor que o contacto via computador que a criança faz com o seu boneco formado por bits. E certamente é o mais preferido pelas crianças.


O surgimento de brinquedos electrónicos veio trazer alguma confusão nas cabeças dos pais e dos educadores. Muitas pais consideram que ter um brinquedo electrónico pode causar uma certa dependência por parte da criança, passando esta a ser controlada pela personagem, enquanto que com o brinquedo real, a criança pode criar uma personalidade própria para o seu brinquedo. Contudo, se por um lado a experiência física com os objectos pode levar a um bom desenvolvimento intelectual da criança, os brinquedos digitais poderão trazer à criança certas personagens que lhes poderão ajudar a desenvolver aprendizagens em variadíssimos campos. Segundo Papert, o melhor é o equilíbrio entre o que é real e o que é virtual, uma vez que o mundo em que vivemos é bastante real mas que se começa a transformar rapidamente num mundo onde o virtual já existe.


As matérias primas utilizada na elaboração e construção de brinquedos foram evoluindo. Nos anos 30 nascem os famosos Legos. Os Legos permitem que as crianças desenvolvam os seus próprios projectos de construção, e como já vimos, estas construções são muito importantes para um desenvolvimento rico das capacidades intelectuais da criança nomeadamente ao nível da criatividade, fluidez, abertura e criatividade.


Sabias que... As peças de plástico chamadas de legos foram criadas por um carpinteiro dinamarquês, chamado Christiansen, que começou por construir camiões de madeira de brinquedo até chegar às peças de plástico que hoje conhecemos.O nome Lego veio da expressão dinamarquesa " vamos brincar". Estas peças tem grande interesse porque possibilitam a criação de diferentes construções, devido ao facto das peças se encaixarem umas nas outras.

Papert destaca a simplicidade dos computadores numa vertente mais funcional,referindo que estes podem ser explorados por crianças de 4 anos,tendo em conta que as do ensino básico já o exploram.A meu ver acho que os computadores são um vector importante no desenvolvimento de uma criança,embora considere que 4 anos seja ainda muito cedo, já que a criança ainda não detêm um conjunto de competências para o poder fazer,embora também ache que ao nível dos trabalhos de educação visual possam ser um bom contributo para as crianças de hoje.

O autor termina o capítulo 8 com a sua "convicção mais controversa"...Quando falamos de competências básicas da escola, falamos em saber ler e escrever...sim! as competências básicas como ler e escrever são as componentes elementares da escola, e é através do número de alunos que sabem ler e escrever que a escola é avaliada. Na minha opinião, esta situação deveria ser remediada, visto que hoje em dia estão disponíveis outros meios de acesso ao conhecimento, e a escola não pode ser a única detentora dos "métodos pedagógico correctos", vamos deixar as novas TIC fazerem o seu melhor!!

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